sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Nesta semana em São Paulo ocorreu um evento fantástico: o Seminário "Encarceramento em massa: símbolo do Estado Penal" - promovido pelo Tribunal Popular. No evento estavam grandes nomes do Direito Penal brasileiro como Juarez Cirino dos Santos, Nilo Batista e o Juiz de Direito do TJ do RJ Rubens Casara, também membro da Associação dos Juízes para a Democracia. Também participou do Evento o Bruno Alves Souza de Toledo, Presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos do Espírito Santo. O jovem de 80 anos Plínio de Arruda Sampaio também esteve presente no Seminário. A foto abaixo confirma.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Segundo Turno: Derrotar o Bloco PSDB-DEM

Com a nova conjuntura eleitoral, aberta no segundo turno da eleição presidencial, a disputa se afunilou em duas candidaturas.


Uma eventual vitória da aliança PSDB-DEM representaria a vitória da direita radical e do mais truculento estilo de dominação. Consubstanciaria o retorno à Presidência da representação política da fração mais extremista do capital financeiro na hostilidade aos trabalhadores e ao povo, ligada ao intervencionismo estadunidense em âmbito mundial e à cruzada imperialista contra os povos latino-americanos, especialmente contra a Venezuela, a Bolívia, o Equador, a insurgência colombiana e Cuba. O campo PSDB-DEM está integrado à onda reacionária e golpista que está se rearticulando no continente.

Ademais, resultaria na revitalização da direita da direita, que à época de Fernando Henrique Cardoso aplicou contrareformas – antipopulares, antinacionais e antidemocráticas – em todos os terrenos. Radicalizou a retirada dos direitos trabalhistas, privatizou o patrimônio do país, desmontou os serviços públicos, entregou as riquezas nacionais aos monopólios privados, fortaleceu os latifúndios, restringiu as liberdades democráticas, criminalizou os movimentos populares e destilou preconceitos contra os trabalhadores e os pobres.

Diante desse quadro, é preciso agir com senso prático para derrotar José Serra. Trata-se de barrar o risco de uma radicalização à direita no processo político e a pior ameaça atual aos interesses e liberdades populares. Para tanto é preciso derrotar os segmentos mais reacionários do País e buscar abrir caminho para a edificação de uma proposta política mais avançada para o povo brasileiro.

Tal posição implica agora no voto em Dilma Roussef. Ao mesmo tempo, preservamos nossa independência diante de todos os setores conservadores, mantemos nossas críticas ao atual bloco governante; e, sobretudo, reforçaremos nossos esforços para organizar e mobilizar o conjunto dos trabalhadores em torno das reivindicações populares que defendemos durante o primeiro turno.

Brasil, 10 de outubro de 2010.
60 anos da Revolta Camponesa de Porecatu.

Brigadas Populares – BP
Corrente Comunista Luiz Carlos Prestes – CCLCP
Movimento Revolucionário Nacionalista – MORENA – Círculos Bolivarianos
Refundação Comunista – RC

Este texto não é de minha autoria, foi retirado do blog da Refudação Comunista:
http://refundacaocomunista.blogspot.com/

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Há pessoas que temem a mudança, há pessoas que não crêem nela, e há pessoas que lutam por ela. Não acho que seja normal, ou que "faz parte" mendigos, catadores de lixo, pessoas que vivem numa sub-humanidade, em um grau de pobreza extrema, dignidade nula, ser corriqueiro em um país tão rico em recursos como o Brasil.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Eleições Presidenciais

As eleições deste ano tem um caráter peculiar: o "tô nem aí" generalizado entre os eleitores. Apesar de jovem, sempre acompanhei processos eleitorais, até por ter crescido em meio político, e é notável que as eleições deste ano não estão causando tantas reviravoltas quantos as anteriores, desde a recente redemocratização. Após Lula ser eleito pela primeira vez, e toda a aspiração popular/socialista em torno daquele "Che" brasileiro se esvair, o cenário político mudou (ou será que já era assim?) na prática, e a descrença por um líder legítimo virou sentimento geral entre os que depositaram naquele suas esperanças de mudanças. A onda da esquerdização na América Latina após a adoção dos modelos neoliberais pregados pela Cartilha de Washington foi um fenômeno incrível, com exceção da Colômbia e do Brasil. Após a quebra e a onda de desemprego e fome nos países que escancararam suas frágeis economias ao capital internacional, o povo ansiou um representante que os ouvisse, e viu na democracia representativa a chave que abriria essa porta. Vimos a ascensão de Hugo Chávez, Fernando Lugo, os Kirchner, Evo Morales, Daniel Ortega entre outros, que, dentro do seu contexto, vieram para amenizar os problemas advindos do modelo neoliberal, e foram, sem dúvida, bem sucedidos em suas missões até então. Lula veio como a maior promessa, líder sindical, um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, eleito em 2002 para tentar limpar o quadro de corrupção e favorecimento ao grande capital que o PSDB, por meio do "saudoso" Fernando Henrique Cardoso, nos deixou. Bem, de fato, muitas mudanças positivas vieram com Lula, principalmente a distribuição de renda, em números gerais. Todavia a ânsia do eleitor era mais abrangente. O eleitor esperava posições mais enérgicas em relação à política estrangeira no que tange principalmente as exportações e aos subsídios. O eleitor esperava também uma política social superior ao Bolsa Família e genéricos deste. Não sou contra o Bolsa Família, não acho que é um programa puramente assistencialista, creio que dentro da possibilidade e do contexto brasileiro, é um paliativo que de fato melhorou a vida de muita gente, mas como já dito, é um paliativo. Dentro do governo e dentro do PT, diante desse quadro, houve cisões. Alguns saíram por vontade própria, outros esperaram serem demitidos, como é o caso da Ex-Ministra Marina Silva, hoje candidata às eleições para presidente, e bastante recorrida pelos eleitores que não querem Dilma, seja pela corrupção que existiu de fato no governo Lula e foi espetacularizada pelos veículos de comunicação, seja pela "criação" de um passado "terrorista" de Dilma, já que ela lutou contra a ditadura (assim como boa parte dos estudantes hoje faria diante de um cenário político ditatorial), ou porque é empresário e sabe que o governo tucano irá gerar lucros maiores para o setor privado, nem Serra, pelo temor que se tem ao PSDB, vinculado à ideia de ser um partido representante das classes de elite em detrimento dos pobres, e pela marca deixada pelo governo anterior. Marina então, do atual PV (Partido Verde), entrando na onda "ecológica" mundial, tem aí os 11%, mais ou menos, dos votos hoje, ocupando o terceiro lugar na disputa presidencial. Marina, porém, foi demitida do Ministério do Meio Ambiente por ser contra os latifundiários na Amazônia. Este pedido de demissão, porém, ocorreu em tempos nebulosos, pareceu-me que Marina foi de certa forma forçada a pedir demissão porque sabia que seria demitida devido a declarações anteriores. Há outros candidatos que representam camadas mais restritas da população, como o Américo de Souza do PSL, o Ivan Pinheiro, do PCB, o José Maria Eymael, do PSDC, o Levy Fidélix, do PRTB, o Rui Pimenta, do PCO, e o Zé Maria, do PSTU. Acima destes últimos, há ainda o Plínio de Arruda Sampaio, do PSOL(Partido Socialismo e Liberdade), que é formado por dissidentes do PT e do PSTU que se decepcionaram com as medidas do primeiro mandato do presidente Lula, e resolveram emancipar-se partidariamente, após a expulsão de Heloísa Helena, Babá e mais alguns. Assim, o PSOL, promete a cumprir, realmente, os preceitos de mudança radical de viés econômico e social, que não foram cumpridos por Lula e sua trupe. Plínio propõe distribuir a renda de maneira uniforme e efetiva, e não "melhoriazinhas" como ele próprio define. Diante disso, eu voto no Plínio porque ele não usa meias palavras e encara os problemas sociais e a enorme desigualdade de frente. A minha opinião a respeito dos candidatos e a respeito das eleições deste ano estão escancaradas neste texto, de propósito. Não sou filiado a nenhum partido e nem estou pedindo voto pra ninguém. É só um sopro de esperança para que a realidade brasileira tome outros rumos.